Tomaz Dentinho é professor auxiliar com agregação da Universidade dos Açores, Campus de Angra do Heroísmo, na área da economia, e está ligado à instituição desde 1986. É o coordenador do Grupo para o Desenvolvimento Regional Sustentável, do Mestrado em Gestão e Conservação da Natureza, e do Doutoramento em Gestão Interdisciplinar da Paisagem. Foi vice-presidente do Instituto de Conservação da Natureza (1996-1998) e director do jornal diário "A União" (2001-2007). Para além do ensino, tem desenvolvido investigação na área da Ciência Regional, Economia do Ambiente e e Economia Agrária.
A 15ª Edição do Mestrado em Gestão e Conservação da Natureza irá começar ainda neste ano lectivo (2013/2015). Como nasceu este mestrado? Quais os seus objectivos? Qual é o segredo para a sua longevidade?
O Mestrado em Gestão e Conservação da Natureza surgiu no seguimento da passagem de alguns académicos por cargos dirigentes do Instituto da Conservação da Natureza. Pensámos nessa altura e pensamos agora que a abordagem à gestão e conservação da natureza provoca grandes falhas de política quando é perspectivada apenas do ponto de vista de uma disciplina, seja ela a ecologia, a geografia, a economia ou a engenharia. Por isso criámos um mestrado interdisciplinar para gestão do território, curiosamente antes de terem aparecido iniciativas semelhantes por todo o mundo. Como de costume tivemos uma reacção negativa das pessoas mais retrógradas do campus e da universidade mas, depois de muito debate e de ter sido aprovado pela Universidade do Algarve também foi aprovado pela Universidade dos Açores
Ao longo destas edições têm formado muitos alunos, de diversas áreas do conhecimento e de diversas regiões do país e de outros países também. Como vê o impacto da formação destes alunos na sociedade?
Desde 2000, tivemos quase 20 edições nos vários cantos do país (Algarve, Tomar, Castelo Branco, Bragança) e dos Açores (Terceira, São Miguel e Pico), com alunos de Portugal, Espanha, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné, Brasil e Timor, e cerca de 250 teses de mestrado. Os alunos são economista, biólogos, agrónomos, engenheiros do ambiente, juristas, geógrafos, arquitectos, paisagistas, etc. Este ano temos 11 alunos, 2 dos Açores e 9 de Itália, Espanha, Angola, Moçambique, Timor e Brasil, num formato que penso que terá sucesso no futuro pois tem uma parte escolar com tutoriais à distância e uma parte intensiva de nove semanas presencial. Por outro lado temo-nos mantido competitivos face a outras ofertas não só porque o corpo docente envolvido tem mais formação mas também porque temos inovado na forma de leccionação. Neste momento uma parte considerável dos alunos que passaram pelo mestrado tem um peso relevante na administração pública, na investigação e nas empresas e creio que estão a fazer bom trabalho não só porque desenvolveram mais a vontade de aprender mas também a enorme responsabilidade que tem em mobilizar todo o saber e saber fazer para promover o desenvolvimento sustentável das pessoas e dos sítios.
Além do Mestrado, tem estado, mais recentemente, a dirigir o Doutoramento em Gestão Interdisciplinar da Paisagem. Pode falar-nos um pouco desse projecto?
Fui desafiado pelo Prof. José Manuel Lima Santos do Instituto Superior de Agronomia e pela Prof. Teresa Pinto Correia da Universidade de Évora a criarmos um doutoramento conjunto em Paisagem, Biodiversidade e Sociedade que, com a acreditação, mudou o nome para Gestão Interdisciplinar da Paisagem. Começámos há quatro anos e teremos para o ano os primeiros doutorados do doutoramento embora, como nossos orientandos, já temos alguns doutorados criados no mesmo espírito. Os sonhos são muitos: desde logo usar metodologias interdisciplinares ao território juntando perspectivas que carregam esse desígnio como a economia do ambiente, a ecologia da paisagem e a ciência regional; depois criar um doutoramento reconhecido pela FCT; finalmente criar um doutoramento europeu. As primeiras teses vêm aí e é esse o primeiro produto que podemos oferecer.
Um comentário sobre a interdisciplinaridade...
Acho que a interdisciplinaridade é uma das linhas estratégicas onde a Universidade dos Açores pode ser competitiva a nível mundial. Primeiro porque, como disse Bento XVI recentemente, a interdisciplinaridade é uma necessidade na busca da verdade. Segundo porque a pequenez das ilhas dos Açores facilita a compreensão interdisciplinar dos fenómenos e exige intervenções informadas de forma interdisciplinar. Terceiro porque e não temos escala em cada disciplinar para sermos os melhores nessa disciplina mas temos escala para sermos inovadores nas abordagens interdisciplinares. Temos bons sinais: os que vamos dando em congressos e papers; os que são testemunhados pelos que interagem com os nossos formandos; e os que nos prestações de serviços de e para todo o mundo. Pena é que não nos deixem fazer um mestrado em ciência regional e um doutoramento em desenvolvimento regional sustentável, com pequenas mudanças dos cursos que agora oferecemos. Porque isso nos permitiria almejar um reconhecimento a nível internacional pela Regional Science cuja sede de 4000 cientistas em todo o mundo é na Rua Capitão João de Ávila em Angra do Heroísmo. Neste caso temos o conteúdo mas não nos deixam criar a forma que o mostre melhor.
Desde 2000, tivemos quase 20 edições nos vários cantos do país (Algarve, Tomar, Castelo Branco, Bragança) e dos Açores (Terceira, São Miguel e Pico), com alunos de Portugal, Espanha, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné, Brasil e Timor, e cerca de 250 teses de mestrado. Os alunos são economista, biólogos, agrónomos, engenheiros do ambiente, juristas, geógrafos, arquitectos, paisagistas, etc. Este ano temos 11 alunos, 2 dos Açores e 9 de Itália, Espanha, Angola, Moçambique, Timor e Brasil, num formato que penso que terá sucesso no futuro pois tem uma parte escolar com tutoriais à distância e uma parte intensiva de nove semanas presencial. Por outro lado temo-nos mantido competitivos face a outras ofertas não só porque o corpo docente envolvido tem mais formação mas também porque temos inovado na forma de leccionação. Neste momento uma parte considerável dos alunos que passaram pelo mestrado tem um peso relevante na administração pública, na investigação e nas empresas e creio que estão a fazer bom trabalho não só porque desenvolveram mais a vontade de aprender mas também a enorme responsabilidade que tem em mobilizar todo o saber e saber fazer para promover o desenvolvimento sustentável das pessoas e dos sítios.
Além do Mestrado, tem estado, mais recentemente, a dirigir o Doutoramento em Gestão Interdisciplinar da Paisagem. Pode falar-nos um pouco desse projecto?
Fui desafiado pelo Prof. José Manuel Lima Santos do Instituto Superior de Agronomia e pela Prof. Teresa Pinto Correia da Universidade de Évora a criarmos um doutoramento conjunto em Paisagem, Biodiversidade e Sociedade que, com a acreditação, mudou o nome para Gestão Interdisciplinar da Paisagem. Começámos há quatro anos e teremos para o ano os primeiros doutorados do doutoramento embora, como nossos orientandos, já temos alguns doutorados criados no mesmo espírito. Os sonhos são muitos: desde logo usar metodologias interdisciplinares ao território juntando perspectivas que carregam esse desígnio como a economia do ambiente, a ecologia da paisagem e a ciência regional; depois criar um doutoramento reconhecido pela FCT; finalmente criar um doutoramento europeu. As primeiras teses vêm aí e é esse o primeiro produto que podemos oferecer.
Um comentário sobre a interdisciplinaridade...
Acho que a interdisciplinaridade é uma das linhas estratégicas onde a Universidade dos Açores pode ser competitiva a nível mundial. Primeiro porque, como disse Bento XVI recentemente, a interdisciplinaridade é uma necessidade na busca da verdade. Segundo porque a pequenez das ilhas dos Açores facilita a compreensão interdisciplinar dos fenómenos e exige intervenções informadas de forma interdisciplinar. Terceiro porque e não temos escala em cada disciplinar para sermos os melhores nessa disciplina mas temos escala para sermos inovadores nas abordagens interdisciplinares. Temos bons sinais: os que vamos dando em congressos e papers; os que são testemunhados pelos que interagem com os nossos formandos; e os que nos prestações de serviços de e para todo o mundo. Pena é que não nos deixem fazer um mestrado em ciência regional e um doutoramento em desenvolvimento regional sustentável, com pequenas mudanças dos cursos que agora oferecemos. Porque isso nos permitiria almejar um reconhecimento a nível internacional pela Regional Science cuja sede de 4000 cientistas em todo o mundo é na Rua Capitão João de Ávila em Angra do Heroísmo. Neste caso temos o conteúdo mas não nos deixam criar a forma que o mostre melhor.
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