2013/02/08

Identidade e Comunicação Social. O caso do serviço público de audiovisual nos Açores


Ontem, dia 7 de fevereiro, decorreu o colóquio "Identidade e Comunicação Social. O caso do serviço público de audiovisual nos Açores", no auditório do Campus do Pico da Urze, Universidade dos Açores.

Com o auditório cheio, a sessão começou com uma apresentação pelo Prof. Doutor Nuno Martins, que mencionou outras iniciativas do DEG no campus de Angra, tais como as sessões 'Nós e os Livros' e a mesa redonda sobre a refundação do Estado, sem esquecer os agradecimentos aos parceiros que tornaram este colóquio possível: Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, Bensaúde Turismo e Grupo Sata.

Catarina Duff Burnay (Universidade Católica Portuguesa) apresentou pela primeira vez nos Açores o trabalho que desenvolveu na sua tese de doutoramento. Partindo da questão "Será a ficção nacional formadora de uma identidade?", a investigadora chegou à conclusão de que a ficção nacional não apresentava uma série de características conducentes à formação de um sentido de identidade nacional, nem era particularmente recordada pela audiência. Por contraste, ao aplicar a mesma questão à ficção produzida nos Açores e por açorianos, na RTP-Açores, observou que as obras têm temática açoriana, títulos ilustrativos, fotografia característica, locações naturais, elenco amador, música em tom menor, e outras características que conduzem a uma clara definição de uma rede identitária.

A intervenção de José Manuel Mendes (Universidade de Coimbra) teve uma natureza abertamente polémica, defendendo que o modelo actual de janelas de emissão é sinónimo da não existência da RTP-Açores e que não constitui um serviço público. Defende que a autonomia não tem sido reflectida, mas apenas aplicada de forma pragmática e que a actual situação da RTP-Açores é disso exemplo. A Assembleia Regional não tem utilizado os instrumentos previstos por lei para criar uma orientação clara para que a RTP-Açores ofereça um serviço público com carácter político (identidade e coesão açorianas, ligação à diáspora...) e educativo. Acrescenta ainda que, segundo estimativas realizadas na ausência dos dados concretos solicitados à RTP, concluiu que a RTP-Açores gera resultados líquidos para a RTP, e que seria sustentável por si própria.

Às apresentações seguiu-se uma animada discussão, moderada por Vítor Alves, em que interviram personalidades como Reis Leite, Tomaz Dentinho, Félix Rodrigues, António Ventura, Marta Silva, José Lourenço, Álamo Meneses, Armando Mendes e Francisco Saial.

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