Recentemente eleito para um novo mandato na direção do departamento de Ciências Agrárias, quais os principais desafios que tem pela frente?
Neste momento temos dois tipos de prioridades, as imediatas e as prioridades a médio logo prazo. De imediato temos que assegurar o funcionamento do ano letivo, o mais normal possível, depois deste arranque que podemos dizer ter sido catastrófico. A médio - longo prazo, temos que assegurar uma reestruturação do Departamento e a sua inserção dentro do Campus da Angra do Heroísmo, de forma a tornar este forte e dinâmico. O Departamento de Ciências Agrárias não é o Campus, mas é essencial a conjugação de todos os elementos constitutivos desse mesmo Campus, para este ser uma realidade cada vez mais pujante.
Que papel tem tido o DCA no desenvolvimento dos Açores?
Nos seus trinta e oito anos de existência o Departamento de Ciências Agrárias, conseguiu ser uma força que contribuiu, de forma decisiva, para criar a Região tal como hoje a conhecemos, formando a maioria dos técnicos que atuam nos Açores nas áreas da Agricultura e do Ambiente.
A ciência, a investigação e as empresas, é uma ligação que nem sempre é fácil de alcançar. Considerando a investigação que neste momento é desenvolvida aos vários níveis no DCA, perspetiva uma alteração a este nível? Que exemplos gostaria de realçar?
A investigação científica sofre, na maioria dos casos, um forte revés nos últimos dois anos. Toda a investigação ligada à Universidade, isto é, que não estava deslocada para centro exteriores, como a Fundação Gaspar Frutuosos, foi reduzida praticamente a nada. Os investigadores tiveram de fazer um grande esforço de redireccionamento dessa investigação, arranjar novas fontes de financiamento e começar, em muitos casos praticamente do zero. Este facto teve repercussões importantíssimas na produção científica do DCA, na composição das suas equipas de investigação e na sobrevivência de algumas outras. Para o futuro temos que recomeçar, em muitas áreas de novo, arranjar parceiros estratégicos e continuar a ser um pólo de desenvolvimento da área da agricultura e ambiente, como temos sido ao longo dos últimos 38 anos.
Como se pretende afirmar o DCA no mundo universitário, por via duma clara vantagem competitiva, no que concerne à sua oferta letiva e centros de investigação?
O DCA tem que reajustar a sua oferta letiva, nomeadamente na área das Ciências do Ambiente, e estabelecer parcerias estratégicas com outras instituições nacionais. Como o caso recente do protocolo estabelecido com a Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa, ou de outros que estão em andamento, como o com o Instituto Superior de Agronomia, no que concerne à Arquitetura Paisagística.
No que diz respeito aos Centros de Investigação, vamos assistir a um rearranjo, com a nova candidatura à FCT, prevendo-se a integração de equipas em Centros de outras Instituições de Ensino Superior e a candidatura de um Centro do Departamento, o Centro de Investigação e Tecnologias Agrárias dos Açores (CITA-A).
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