Artigo no âmbito do projeto "Juventude e Cidadania
Europeia - Vamos votar em 2014", promovido pelo
Num momento com elevados níveis de emigração, desemprego de longa duração, precariedade e risco de pobreza, a juventude é quem mais sofre com a crise económica. Portugal tem 37% de jovens desempregados e a Europa 23% (mais de 5,5 milhões). São mais de 14 milhões os jovens por toda a União Europeia que não estão nem no mercado de trabalho, nem no sistema de ensino, nem a receber qualquer formação.
Que futuro podemos nós ambicionar se mantivermos os jovens afastados da sua construção?
Se hoje se destrói ou adia a possibilidade dos jovens construírem um projecto de vida, também os Estados desperdiçam competências preciosas da geração mais qualificada de sempre.
Seguindo o pensamento de Stiglitz, Nobel da Economia, a nossa sociedade não funcionará bem enquanto não der à maioria dos jovens a educação para ganhar a vida (Portugal tem uma das mais altas percentagens de jovens que queriam prosseguir os estudos, mas não têm possibilidade de os pagar (38%), revela um inquérito da Comissão Europeia), enquanto os empregadores não pagarem um salário decente (temos um salário mínimo baixo, estágios mal remunerados e precariedade), enquanto providenciar tão poucas oportunidades que tornem a juventude alienada e desmotivada.
Pelo contrário, os jovens são uma extraordinária força de mudança. Os jovens podem fazer a diferença. Mesmo não dispondo das melhores condições, devem empenhar-se na luta por conquistar um futuro melhor, porque mesmo sendo jovem e nas piores circunstâncias é possível fazer a diferença. A energia, a coragem dos jovens e a sua capacidade de intervenção é indispensável e decisiva, para que o mundo se transforme e avance. E a Europa nunca precisou tanto dos seus jovens para, com eles, construir um futuro de esperança para todos. Por isso, é necessário neste período difícil reagir, participar, não parar. O movimento gera oportunidades.
É por isso que os jovens se devem empenhar e participar nas escolhas que determinam o seu futuro. E nada proximamente determinará mais o seu futuro que a orientação politica para a Europa que resultar das próximas eleições europeias. Ela é decisiva para promover a mudança e um futuro de esperança para todos nós. O nosso voto indicará uma opção por prioridades políticas em debate e estabelecerá, pela primeira vez, um compromisso com o candidato à Comissão Europeia, Governo executivo da UE. Não podemos deixar que os outros escolham por nós os caminhos que determinarão o nosso futuro.
Importa percebermos que sem mudanças no plano europeu o espaço de manobra em Portugal será sempre reduzido. É por isso absolutamente fundamental mobilizarmo-nos todos para a Mudança na Europa para que um futuro de esperança seja construído em Portugal."
Luis Paulo Alves
Eurodeputado no Parlamento Europeu
#EP2014
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