2013/01/31

Economia Franciscana

(Niccolò Antonio Colantonio: São Francisco dando a Regra para as suas Ordens, c. 1440-1470. Museu de Capodimonte.)

Conferência "A Economia Franciscana" - 1 de Fevereiro, 17h00, Sala de Reflexão

A Ordem Franciscana foi criada no séc. XIII, numa altura em que os mercados e feiras medievais ganhavam importância no quotidiano. Nesse contexto, muitos autores medievais foram levados a discutir temas como os mercados, os preços, os juros, e a justiça na economia. Os Franciscanos distinguiram-se neste contexto pela importância que atribuiam à pobreza do indivíduo, que só acede a riqueza em comunidade. As ideias dos Franciscanos foram centrais para o debate acerca da economia que se seguiu. Nesta conferência será discutido o pensamento destes autores sobre a economia, e a sua relevância para compreender o mundo actual, num contexto em que noções como mercado, preços, juros, e a justiça na economia, continuam a ser temas essenciais.

Nuno Martins
(Conferência no âmbito da iniciativa "A Sala Que Reflecte a Vida")

Programa de "A Sala que Reflecte a Vida"



A Sala que Reflecte a Vida foi criada por iniciativa da equipa reitoral chefiada pelo Prof. Avelino de Meneses e com a dinâmica consequente do Prof. Alfredo Borba . Como dizia Miguel de Unamuno é preciso querer crer para criar uma sala que reflecte a vida, uma sala pequena, branca e cheia de sol que vai ganhando identidade com o uso que lhe vamos dando. Umas vezes é capela, outras espaço para taichi, mais logo sentamo-nos para perceber a escrita e a leitura e, mais à frente, queremos saber da relação com o transcendente de hindus, islamitas e ateus. Eu tento passar por lá às 8H45 e às 13H45 para acender uma vela, colocar o cruxifico e ler o livros das horas. Deve ser de estar velho esta leitura interessada dos salmos e do Magnificat mas a verdade é que tenho pena de não ter aprendido a fazê-lo mais cedo e com mais regularidade. O que não há dúvida que estas coisas para pecadores; como os personagens de Graham Greene, gente com sede de perdão e de liberdade. O que não há dúvida é que, sendo o espaço mais pequeno do Campus de Angra é também aquele que, paradoxalmente, todos sentem que é o espaço que tem mais força. Na verdade é ali que pode enraizar toda a esperança do milagre de criar uma Universidade numa terra com 50000 habitantes. Criaram porque creram e quiseram. Se quisermos crer certamente que criaremos um dos melhores campus do mundo. Sobretudo porque temos um pequeno espaço de transcendência que, como a pintura de Miguel Ângelo na Capela Sistina, toca o Homem mesmo quando este se recosta na sua displicência.

Tomaz Dentinho

“Nós e os Livros” – o Regresso


Após o sucesso da primeira volta, recomeçam no segundo semestre as sessões ‘Nós e os Livros’, com o seguinte programa:

22 de fevereiro: Miguel Monjardino, A Ilíada de Homero
A Ilíada é um poema épico, atribuído a Homero, que relata o cerco e queda de Troia. É um dos textos mais antigos e influentes da literatura ocidental.

22 de março: Mário Cabral, Fédon de Platão
Fédon é um dos mais conhecidos diálogos de Platão, e descreve a morte de Sócrates. A obra discute a imortalidade da alma e tem uma influência profunda no pensamento europeu, introduzindo o conceito de dualidade que ainda hoje permeia muito do pensamento filosófico, social, económico, político e artístico.

26 de abril: Jorge Forjaz, Nobiliário da Ilha Terceira de Eduardo de Campos de Castro de Azevedo Soares
O “Nobiliário da Ilha Terceira” é uma obra extensa, de natureza genealógica, que ilustra a origem e evolução das famílias terceirenses mais proeminentes.

24 de maio: Artur da Cunha Oliveira, A Bíblia como Obra Literária
A Bíblia é, em geral, abordada como um texto religioso. No entanto, pode também ser analisada como uma obra literária que cobre uma enorme diversidade de estilos e temas, e que tem uma profunda influência na literatura ocidental.

As palestras começam às 21:45, na Sala de Reflexão do Campus do Pico da Urze, Universidade dos Açores.

A Crise dos Anos 30 face à Atual





Tem lugar no próximo dia 1 de fevereiro, pelas 17h30, no auditório do Campus de Angra do Heroísmo, no Pico da Urze, uma conferência intitulada "A Crise dos Anos 30 Face à Atual", cujo orador é o Dr. Álvaro Monjardino. A organização é da Pro-reitoria para a Formação ao Longo da Vida.

Pretende-se com este evento assinalar semelhanças e refletir sobre a vivência nestes tempos e o que pode deles resultar.



A entrada é livre.

A não faltar!

2013/01/30

Há Vida no Campus!

O Campus de Angra do Heroísmo, da Universidade dos Açores, abraça Angra do Heroísmo, desde a Canada dos Melancólicos até ao Pico da Urze, envolvendo a cidade Património Mundial com o espírito académico que floresce da alma própria de quem abraçou a causa universitária.

O capital humano que, pedra sobre pedra, edifica o Campus é dinâmico, empreendedor e emana energia contagiante à sociedade que o acarinha e dignifica.

As portas abrem-se para partilhar experiências, ensinamentos, reflexões, formas de estar e de ser. Em conjunto somos mais fortes e isso faz todo o sentido.

"Há Vida no Campus" nasce hoje, dia 31 de Janeiro de 2013.

Enfim duma escolha faz-se um desafio
Enfrenta-se a vida de fio a pavio
Navega-se sem mar, sem vela ou navio
Bebe-se a coragem até dum copo vazio
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
                                          Sérgio Godinho


Onde há Vida há Esperança!

Sejam bem-vindos!

2013/01/29

O Papel do Estado na Sociedade – Mesa redonda


No dia 5 de dezembro, a Universidade dos Açores acolheu no auditório do campus de Angra do Heroísmo, uma mesa redonda organizada pelo Departamento de Economia e Gestão, com o intuito de promover uma discussão sobre “O Papel do Estado na Sociedade: o Estado que temos, o Estado que poderemos ter e o Estado que queremos ter.”

Os convidados Mário Fortuna, Álvaro Monjardino, Mário Cabral e João Lemos das áreas de Economia, Direito, Filosofia e Psicologia, respetivamente, ofereceram as suas perspetivas sobre o tema, cabendo a moderação ao jornalista Armando Mendes.

Mário Fortuna defendeu que o Estado deve ser “recalibrado”, já que não possui capacidade financeira para sustentar o modelo atual, citando as anteriores intervenções internacionais nos anos 80. Este esforço terá de ser acompanhado por um aumento da competitividade e da produtividade. Seguiu-se-lhe João Lemos. O psicólogo defendeu a importância do Estado Social, e o perigo que representa a sua rutura em termos de potenciais perturbações da paz social. Acrescentou ainda que a situação atual é, em grande parte, consequência da atuação de entidades privadas ao nível da alta finança, cujos resultados foram suportados pelos contribuintes, pondo em causa o bem comum.

Mário Cabral frisou que a sua intervenção seria puramente teórica, apresentando quatro teses: que o Estado é o lugar natural do homem – vivemos em sociedade porque é nesta que florescemos; que o Direito Natural tem sido ofuscado pelo Direito Positivo em séculos recentes, como consequência da mudança para uma perspetiva mais individualista aquando da Revolução Francesa: que se deverá reverter para o princípio da subsidiariedade, em que as famílias e instituições privadas voltam a assumir certos papéis em que o Estado as tem substituído, tal como cuidados com crianças e idosos; e que o grande mal do século é o individualismo isolador crescente.

O último orador, Álvaro Monjardino, não crê que seja necessário ou adequado reescrever a Constituição, neste momento, para reformar Estado, defendendo que as mudanças ocorrem por si próprias, até que chegue um momento em que são naturalmente incorporadas nos documentos de fundação do Estado. O jurista e advogado referiu ainda que o Estado cresceu demasiado, devendo-se repensar as funções que exerce e como. Um exemplo é Educação, que o Estado deve supervisionar e regular, mas talvez não oferecer.

Seguiu-se uma animada sessão de perguntas.