Paulo João de Lemos Cabral de Sousa Fialho, professor catedrático do Departamento de Ciências Agrárias, investigador no Centro de Investigação e Tecnologias Agrárias dos Açores e pró-reitor para a Qualidade, Avaliação e Ensino à Distância, proferiu ontem uma conferência intitulada "Medidas óticas de aerossóis". Vamos saber do que se tratou a conferência:
- De que tratou a conferência “Medidas óticas de aerossóis”??
A conferência abordou a problemática da medida de aerossóis com recurso a
instrumentos que medem a alteração que a propagação e a energia da radiação
("luz" quando na região do visível) quando esta é atravessada por partículas
sólidas/líquidas muito pequenas (aerossóis, no caso com diâmetros inferiores a
0,010 mm). Quando a radiação encontra aerossóis na sua trajectória ela altera a
sua trajectória e parte da sua energia pode ser absorvida pelos aerossóis. O
conhecimento da quantidade de aerossóis na atmosfera é importante para ajudar a
compreender o modo como a sua presença afecta: a quantidade de energia solar que
atinge a superfície terrestre; a quantidade de energia emitida pela superfície
terrestre que "escapa" do planeta.
- Que tipo de investigação tem vindo a ser feita neste âmbito no CITA-A?
Esta investigação tem sido feita no Centro do Clima, Meteorologia e Mudanças Globais da Universidade dos Açores com a colaboração do Governo Regional, tem
consistido em duas componentes: uma primeira, desde 2001, que resulta da
monitorização continuada dos níveis de concentração dos aerossóis que absorvem
energia na região do visível, na troposfera livre (acima da camada de nuvens,
por isso a colocação do observatório no "topo" da montanha do Pico); outra de
desenvolvimento de novos modelos que permitam interpretar os sinais recolhidos
pela instrumentação aí colocada.
- Qual a relevância desta investigação ser realizada no arquipélago?
Como referido na resposta à pergunta anterior, as medidas têm de ser realizadas
na camada acima das nuvens, e a montanha do Pico no território português
apresenta características únicas que nos permitem estar nestas condições durante
uma parte significativa dos dias do ano. A outra razão muito importante é que no
meio da região do Atlântico não há outra, um país pode fazer este tipo de
estudos, não porque queira, mas porque tem o território que o permite, e
Portugal tem e este encontra-se no arquipélago dos Açores e em particular na
ilha do Pico.
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