Liliana
Sofia Soares Marques defendeu a sua tese de mestrado sobre “A Influência da Paisagem, dos factores ambientais e taxa de infestação na
densidade na mosca-do-Mediterrâneo (Ceratitis capitata Wiedemann) (Diptera :
Tephritidae) na Ilha de São Jorge – Açores”, no passado dia 14 de Março. O júri foi
constituído pelo Prof. doutor Paulo Alexandre Vieira Borges, Prof.
Doutor David João Horta Lopes, Prof. Doutor José Carlos Goulart Fontes, Prof.
Doutora Ana Maria Martins Ávila Simões e Prof. Doutor Rui Miguel Pires Bento da
Silva Elias, que aprovou a tese, com nota de 15 valores.
Em primeiro lugar, as
nossa felicitações por concluíres esta etapa. Como te
envolveste na investigação científica? Como surgiu o tema da tua tese de
mestrado?
Quando terminei a minha licenciatura em Engenharia do Ambiente, para adquirir mais conhecimentos numa área que me atraia muito fiz o meu mestrado A Influência da Paisagem, dos factores ambientais e taxa de infestação na densidade na mosca-do-Mediterrâneo (Ceratitis capitata Wiedemann) (Diptera : Tephritidae) na Ilha de São Jorge – Açores. Ao mesmo tempo envolvi-me na investigação científica através do programa estagiar L, e comecei a tomar consciência com alguns problemas relacionados como impacto limitador das pragas na produção vegetal.
O tema da minha tese adveio da minha preocupação em observar a influência das áreas circundantes das parcelas produtivas na abundância das pragas das culturas, em especial da mosca-do-mediterrâneo, e da minha colaboração no projeto de cooperação inter-regional CABMEDMAC (PCT-MAC) coordenado pelo Prof. David Horta Lopes, que tem num dos seus objetivos estudar medidas alternativas ou de limitação natural como forma de combate às “moscas da fruta “na Macaronésia e em Cabo Verde, incidindo o seu desenvolvimento nos Açores nas ilhas Terceira e S. Jorge, esta última foco do meu trabalho de mestrado.
A tua tese chega a algumas conclusões bastante interessantes. Como
é que vês a sua aplicação?
Sim, de facto depois de analisar o trabalho desenvolvido é importante referir duas grandes linhas de trabalho com as respetivas conclusões. A primeira que incidiu no conhecimento aprofundado da dinâmica e evolução populacional desta praga nas zonas de produção frutícola da Ilha situadas a Norte e Sul, cuja monitorização e analise de infestação dos frutos permitiu identificar os principais focos de infestação da mosca e permitiu saber que a Norte a praga aparece um mês depois de iniciar o seu aparecimento a sul, o que em termos de intervenção no sentido de limitar quer as populações quer os prejuízos é muito importante. Lá influem, como a temperatura, a diversidade das espécies vegetais e a orografia do terreno, chegamos a conclusão que a abundância desta praga, em S. Jorge está muito dependente principalmente a abundância das fêmeas dos fatores climáticos e em especial da temperatura (70%), embora as interações entre estes diferentes fatores possam também condicionar a sua abundância mas em menor escala.
Liliana, vais continuar na investigação? Qual é o próximo passo?
Eu adorava continuar na investigação, até porque agora que este trabalho terminou existem alguns aspetos, como este relacionado com a interação da vegetação e o clima (temperatura) na abundância desta praga, merecia um maior estudo e porque gosto muito desta área. Mas infelizmente a conjuntura que nos encontramos de momento não permite tal ambição.
Obrigado Liliana,
votos para que a tua ambição se concretize!
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