Josefa Catarina da Rocha Bettencourt realizou as provas de defesa do relatório de estágio do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico no passado dia 24 de junho, sob o título "Conceções, Comportamentos e Atitudes sobre Educação Ambiental, de Crianças do Pré-Escolar e do 1º Ciclo." As provas foram avaliadas por um júri presidido pelo Doutor Pedro Francisco González, sendo vogais os doutores Ana Margarida Moura de Oliveira Arroz, Francisco José Rodrigues de Sousa e Carlos João Peixoto Cardoso de Oliveira Gomes.
Olá Josefa. O que te levou a ingressar neste mestrado? Como surgiu o tema da tua tese de mestrado?
Com o Processo de Bolonha, a Licenciatura em Educação Básica é apenas o 1º ciclo de formação. Deste modo, para me habilitar para a docência (Educação de Infância e 1º Ciclo do Ensino Básico), meu objetivo principal, teria que ingressar neste mestrado. E, assim o fiz.
Sempre me interessei pelas questões relacionadas com o ambiente e achei que esta seria a oportunidade ideal para aprofundar os meus conhecimentos e dar o meu pequeno contributo no âmbito da Educação Ambiental (EA).
É fundamental desde a Educação Pré-Escolar e no Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico dar importância às questões ambientais. Estas preocupações estão difundidas nos programas das diferentes áreas de aprendizagem do 1º Ciclo, com incidência especial na área do Estudo do Meio. Pelas razões mencionadas anteriormente, optei pelo tema: “Conceções, comportamentos e atitudes sobre Educação Ambiental, de crianças do Pré-Escolar e do 1º Ciclo”. Tive a possibilidade de conhecer a perspetiva das crianças e o trabalho realizado no âmbito da EA pelos profissionais de educação das escolas onde o estágio decorreu. Também, este projeto de intervenção teve como principais objetivos o relato e a descrição das minhas práticas, trabalho realizado com as crianças.
A tua tese chega a algumas conclusões bastante interessantes. Como é que vês a sua aplicação?
Para responder à pergunta de partida da minha tese (Que tipo de conceções e que apropriação as crianças do Pré-Escolar e 1º Ciclo têm das temáticas associadas à EA?) foram aplicados inquéritos, por questionário e entrevista semi-estruturada, constituindo assim, uma das partes importantes deste estudo. No entanto, tendo em conta que a amostra do estudo era reduzida, para adquirirmos uma noção global dos objetivos presentes no estudo, as conclusões a que cheguei não foram tão significativas tanto quanto gostaria e não tiveram o impacto que se pretendia.
No entanto, pude concluir que as crianças têm conhecimento das causas e das consequências dos problemas ambientais, tal como têm consciência de que o Ser Humano é o maior causador de grande parte dos problemas. Que devemos ser ativos na sociedade e atuar perante os seus problemas.
Quanto aos docentes, estes estão a par do que é verdadeiramente a EA. Não se trata apenas da proteção do ambiente, mas de se criar cidadãos ativos perante os problemas relacionados com o meio. A escola é um local privilegiado para o desenvolvimento de competências e para a aquisição de valores. Partindo deste princípio, cabe ao educador e professor servir de exemplo aos alunos, criando momentos de aprendizagens significativas no âmbito da EA e não só.
Relativamente às minhas práticas concluí que, acima de tudo, as crianças aprendem muito mais com aulas lúdicas. É muito trabalhoso estar sempre a pensar em algo diferente para chamar a atenção dos alunos, mas não há nada mais gratificante para um docente do que ver os seus alunos a conseguir aprender algo que, com uma aula expositiva nem sempre é possível. E, o melhor de tudo é ver a felicidade estampada no rosto de cada criança.
Espero apenas que, este estudo possa contribuir para que os alunos alterem as suas conceções e para que encarem a EA como um conjunto de atos educativos.
Josefa, pretendes continuar a investigar na educação? Qual é o próximo passo?
Encaro a investigação como parte integrante do meu futuro como profissional de educação. Ao trabalharmos com crianças, requer que nós estejamos sempre a investigar para que, possamos encontrar as melhores formas de lhes dar as ferramentas para o seu presente e futuro. No entanto, penso em fazer novos estudos nesta ou noutra área, sempre com a intenção de me melhorar a nível profissional e ajudar outros docentes.
O próximo passo será mesmo ter a “minha” sala, seja no Pré-Escolar ou no 1º Ciclo. É o meu sonho. A “minha” sala com as “minhas” crianças e fazer a diferença. A razão pela qual escolhi ser docente foi mesmo por encarar que um professor pode fazer a diferença na vida de uma criança e na sociedade. De mudar as coisas para melhor. Estou a sonhar alto, mas acredito mesmo que nós, docentes e não só, podemos ser a mudança.
Parabéns, Josefa! ♥
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