Marília Alexandra Freitas de Borba realizou as provas de defesa do relatório de estágio do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico no passado dia 22 de junho, sob o título "Uma Abordagem à Cultura Açoriana em Contexto de Educação Pré-Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico." As provas foram avaliadas por um júri presidido pelo Doutor Pedro Francisco González, sendo vogais os doutores Francisco José Rodrigues de Sousa e Josélia Mafalda Ribeiro da Fonseca.
Olá Marília. O que te levou a ingressar neste mestrado? Como surgiu o tema da tua tese de mestrado?
Ingressei neste mestrado em Educação Pré-escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico em seguimento da licenciatura em Educação Básica. Como apenas a licenciatura não me conferia o grau académico necessário para lecionar, optei por ingressar neste novo ciclo de ensino para assim concretizar o meu sonho de um dia lecionar.
A escolha para o tema do meu relatório de estágio deveu-se ao facto de, em primeiro lugar, ter emergido em 2011 o Referencial Curricular para a Educação Básica da Região Autónoma dos Açores, um documento curricular que gerou alguma controversa entre docentes, tendo despertado a minha atenção por aprofundar o meu conhecimento relativamente a um currículo que, bem aplicado, poderia trazer grandes benesses às aprendizagens a realizar pelos alunos em contexto regional. Em segundo lugar, a minha escolha deveu-se ao meu interesse pessoal pela temática da Açorianidade, um neologismo criado por Nemésio (1932) “a fim de expressar a singularidade da existência do homem açoriano profundamente marcado pela condição de ilhéu.”
Como açoriana que sou, estimando a nossa cultura e preservando o nosso património, considerei pertinente realizar o meu relatório de estágio com este tema, pois as aprendizagens a realizar pelos alunos se forem contextualizadas no meio mais próximo, neste caso o local e regional, poderão trazer mais “facilidades” aos alunos.
A tua tese chega a algumas conclusões bastante interessantes. Como é que vês a sua aplicação?
O meu relatório de estágio foi baseado no Referencial CREB, permitindo-me chegar a algumas conclusões, nomeadamente as benesses de as crianças aprenderem a partir do que já conhecem, e de aproveitar o meio local e regional onde se encontram inseridas, para contextualizar a sua aprendizagem, tornando-a mais significativa. Ao proporcionar aos alunos uma aprendizagem mais significativa, estou a incentivá-los a uma maior envolvência no contexto escolar, aumentando os seus níveis de aproveitamento. Conseguindo criar este “mecanismo” sucessivo é possível contribuir para o desenvolvimento de cidadãos conhecedores das suas raízes, mas com horizontes abertos, capazes de se sentirem e se identificarem como membros da cultura local, regional, nacional e universal.
Para conseguir pôr todo o trabalho em prática, é importante encarar o Referencial CREB como um documento complementar ao nacional, que auxilia o professor na tarefa de tornar a sua praxis pedagógica contextualizada no meio onde os alunos se inserem.
Marília, pretendes continuar a investigar na educação? Qual é o próximo passo?
A área de educação e os seus profissionais para estarem atualizados e ativos, é necessário existir uma permanente investigação. Cada aluno é um ser individual que necessita de estratégias diferentes da restante turma. Um docente que seja ética e deontologicamente correto, tem o dever de encontrar as soluções para ir derrubando os obstáculos que encontra durante o seu percurso no ensino. Uma das forma de ultrapassar as barreiras é através de investigação, permitindo ao docente auxiliar o aluno na resolução dos seus problemas de aprendizagem.
O próximo passo será conseguir colocação para pôr em prática estes 5 anos de estudo e aprendizagem que me fizeram crescer pessoalmente e profissionalmente. Embora a conjuntura atual do país não seja a melhor, a esperança permanece.
Parabéns, Marília, e votos de muito sucesso no futuro!
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