2013/07/12

Mestrado: Modelo Espacial de Distribuição da lagarta-da-pastagem na Ilha Terceira


Cristina Alexandra Rocha Moules realizou as provas de Mestrado em Engenharia Agronómica no passado dia 1 de julho, sob o título "Modelo Espacial de Distribuição da lagarta-da-pastagem (Pseudaletia unipuncta, Haworth) (Lepidoptera: Noctuidae) na Ilha Terceira." As provas foram avaliadas por um júri presidido pelo Doutor Paulo Alexandre Vieira Borges, sendo vogais os Doutores David João Horta Lopes, Ana Maria Martins Ávila Simões e Anabela Mancebo Gomes.


Olá Cristina. O que te levou a fazer mestrado? Como surgiu o tema da tua tese?

O que me levou continuar os estudos depois da licenciatura, foi que gostaria de ter formação na área agrícola, já que a licenciei-me em engenharia do ambiente e sempre me interessei pela agricultura, nomeadamente a proteção integrada. O tema de estudo surgiu numa aula de proteção integrada com o Prof. David Horta Lopes em que questionei o aparecimento da lagarta da pastagem de como poderia afetar os pastos, e ele falou-me de que seria um bom tema de tese, uma vez que se trata de um problema fitossanitários que anualmente afeta os produtores especialmente quando estes reservam ou fecham os pastos para a silagem de erva e os vêm muito afetados pelo aparecimento e alimentação da lagarta da pastagem. Pensou-se que seria muito interessante a partir do estudo do seu desenvolvimento identificar as zonas da ilha em que esta melhor se desenvolvia, através das aplicação dos SIG e assim através dos serviços oficiais ou de um futuro serviço de avisos agrícolas poder alertar os agricultores aquando do surgimento do seus focos iniciais contribuindo para o seu combate ou limitação natural numa fase ainda inicial.


A tua tese chega a algumas conclusões bastante interessantes. Como é que vês a sua aplicação?

Sim consegui chegar a conclusões muito interessantes, que podem servir para um futuro aconselhamento técnico. E pudemos definir zonas de maior densidades populacionais larvares de lagartas ou seja focos da praga ao redor da ilha através de mapas SIG durante a Primavera, Verão e Outono de modo a acautelar os lavradores podendo agora observar-se e fazer alguma previsão sobre em que determinada época a praga é provável aparecer e assim iniciar o seu combate. Outro aspeto que surgiu interessante do trabalho de análise da flora da pastagem relacionada com esta praga é que os dados preliminares que obtivemos apontam para uma preferência desta praga por pastagens com poucas espécies herbáceas em detrimento de pastagens com muitas espécies. Foram também analisados os fatores climáticos e a sua influência no desenvolvimento e proliferação desta praga e concluiu-se que quer a temperatura quer a humidade tem influência no desenvolvimento das populações das praga.

A aplicação deste resultados depende da atuação dos serviços oficiais e da continuação deste trabalho em termos de aconselhamento técnico colocando e analisando na prática durante mais tempo o que neste estudo se encontrou, validando assim os resultados aqui obtidos.


Cristina, pretendes continuar a investigar? Qual é o próximo passo?

Sim, acho que todo o nosso trabalho é de continuar em termos de investigação agora envolvendo outras áreas mais ligadas a produção e estamos sempre aprender. Um próximo passo seria a continuação deste trabalho permitindo a maior identificação e por mais anos dos focos encontrados e a implementação de um sistema de avisos aquando do surgimento dos primeiros focos definindo assim a melhor oportunidade de tratamento e uma melhor eficácia das intervenções, que poderiam ser através de aplicação de produtos biológicos ou organismos como o Bacillus thuringiensis, reduzindo assim este grande problema que afeta os produtores na altura de escassez de erva.

Espero trabalhar em algo preferencialmente na minha área, seja ela ambiente ou agrárias e dar continuidade ao trabalho agora realizado.

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