2014/01/26

Bruno Pimentel, presidente da NEPTUNA, em entrevista ao Diário Insular


In Diário Insular, 25/01/2014



A terceira edição do encontro de tunas Oceanus, promovido pela NEPTUNA, da Escola Superior de Enfermagem, decorre até hoje em Angra do Heroísmo. O que se pode esperar?

Nesta terceira edição do OCEANUS, a NEPTUNA preparou ontem para o povo terceirense uma noite de serenatas na Igreja Guia do Museu de Angra do Heroísmo. Hoje, pelas 21h, no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo irão realizar-se as atuações das tunas convidadas Musa e Tuna; TASMUA; RExA e TAESEAH. Iremos contar, igualmente, com o grupo musical Myrica Faya. Contámos já em edições passadas com a participação de diversos artistas terceirenses, tais como: Ti-Notas; Fado Madrinho e a Orquestra de Sopros da Ilha Terceira. Garantimos assim nesta edição boa música e animação durante todo o fim-de-semana. Gostariamos de informar também que por cada bilhete que comprar estará a reverter parte do mesmo para a fundação Make-A-Wish Portugal.

Que importância tem este contacto entre tunas?

O contacto entre as tunas é de extrema importância, pois permite o convívio e garante uma oportunidade de partilha da cultura musical entre elas. É também um momento em que as nossas tunas podem demonstrar as suas qualidades a todo o povo terceirense.

Os apoios disponíveis são suficientes para manter um evento destes em andamento?

Embora sejam cada vez mais escassos os apoios para a realização destes eventos, com muito custo e esforço, a NEPTUNA tenta sempre trazer o que de melhor se produz a nível musical aqui na ilha Terceira. Devido à situação económica que se faz viver, nem todas as entidades se encontram nas melhores condições para nos ajudarem. Mas, ainda assim, conseguimos até agora trazer este espectáculo à rua. Esperamos que assim continue, mas como é óbvio muitas das despesas com o evento são acarretadas pela própria tuna. Toda a ajuda é sempre bem vinda, pois como se costuma dizer "sem ovos não se fazem omeletes".

Qual é a importância do espirito académico, sobretudo nesta altura de crise no seio da universidade?

Penso que em momentos de crise, quer financeira, quer mesmo às vezes humanista que se faz viver em todo o mundo, e os Açores não são excepção, é importante existirem estes momentos de descontração para que não vivamos sempre de forma negativista, mas sim tentar a aproveitar a alegria que as tunas e o espirito académico pode proporcionar ao público.

Numa altura em que o espirito académico e mais particularmente as praxes estão debaixo de fogo, devido ao incidente no Meco, como veem esta matéria?

No meu entender existem uma diferença entre as Praxes e as Tunas. As praxes são por norma uma forma de integração dos novos estudantes das diversas universidades do país. As tunas são um grupo musical formado a partir dos estudantes que desejam viver mais intensamente a sua passagem pela universidade. Embora nas praxes, possam por vezes ocorrer acções desagradáveis, nas tunas o que se pretende é exactamente o oposto - é que haja alegria acima de tudo. É de realçar que o verdadeiro espírito das praxes e das tunas não é de tragédia como o caso do Meco. Por isso mesmo, devem e existem limites para tudo. Cada qual tem que ser responsável pelos seus atos. Mas penso que a meu ver as pessoas estão cientes disso e sabem que o espirito académico, as praxes ou as tunas significam muito para além disto - significam viver o mundo universitário de uma forma mais alegre e descontraída.

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