2013/02/05

"Nós e os Livros" - Um Sucesso Inesperado


As sessões 'Nós e os Livros', iniciadas no primeiro semestre de 2012/13, foram criadas por alunos e professores do DEG com o intuito de fomentar o gosto pela leitura e contribuir para a cultura geral dos alunos, através do contacto com obras da literatura num ambiente informal e intimista. Inicialmente, pretendia-se uma literatura clássica e focada na política, filosofia, economia e sociedade, temas com particular interesse para os alunos de Gestão, mas os oradores convidados surpreenderam-nos com as suas escolhas, levando-nos para outros campos igualmente interessantes e enriquecedores.

Os convidados foram o Doutor José Guilherme Reis Leite, com "A Arte de Amar" de Ovídeo", o Prof. Doutor Luiz Fagundes Duarte, com "Os Cadernos de Caligraphia," de Vitorino Nemésio, Joel Neto, escritor e jornalista terceireise, com "Gente Feliz com Lágrimas," de João de Melo, e o Dr. Francisco Maduro Dias com as "Mil e Uma Noites."

Nas sessões foram frequentes os momentos de humor, mas também os de profundidade. Falaram-se das obras e das vidas dos autores, mas também da sua relação com o nosso passado, presente e futuro. Reis Leite mostrou-nos uma faceta ligeira do amor que Ovídio celebrou, e que não deixa de ser atual para muitos. Fagundes Duarte falou-nos de um amor tardio e escaldante de Nemésio, oscilando entre a ternura, o erotismo e o humor, mas também lembrando o início da autonomia e o papel do autor na criação do conceito de açorianidade.

Já Joel Neto comentou, de forma muito íntima e sentida, a vivência açoriana pré 25 de abril, da pobreza, das limitações, da violência... mas também de uma certa honradez auto-suficiente. O autor não escondeu a sua opinião sobre a situação atual dos Açores, nem sobre as suas causas, trazendo uma dimensão política às sessões.

Na última sessão contou Maduro Dias apresentou-nos uma visão das "Mil e Uma Noites" que desfaz a barreira cultural entre o ocidente e o médio oriente, falando-nos de um mundo repleto de humor, sagacidade, erotismo e apreciação pelas coisas belas da vida, enfim, de um espírito livre que o orador crê ainda existir nos povos do Médio Oriente.

Todas as sessões "Nós e os Livros" tiveram abundante audiência, e foi com agrado que vimos a adesão da comunidade externa, que em algumas sessões foi inclusivamente maior que as presenças de professores, alunos e funcionários nossos. Prova-se que a Universidade não está de costas voltadas para a sociedade, mas fica a sensação de que a mobilização interna poderia ser maior... contamos com todos no próximo ciclo que se iniciará em breve!

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