2014/02/20

PERCURSOS: Félix Rodrigues



PERCURSOS com Prof. António Félix Rodrigues, do Departamento de Ciências Agrárias

Quem é Félix Rodrigues?
Uma pessoa com dificuldade em definir-se pois admite que no dia seguinte já não é igual ao dia anterior. Não me refiro ao processo físico de envelhecimento, mas à forma de encarar a vida e ver o mundo.

Nasceu na Vila de São Sebastião na ilha Terceira no seio de uma família de agricultores (não confundir com lavradores), por isso mesmo, de origem rural.

Sempre gostou do estudo, talvez por ser curioso e como tal, pretendeu seguir estudos na área de Física, em Lisboa, quando terminou o 12º Ano de Escolaridade na então Escola Secundária de Angra do Heroísmo.

Terminado o curso decidiu voltar para os Açores, apesar de ter tido várias oportunidades de ficar a trabalhar em Lisboa. Havia muito pouca gente formada em Física na altura.

Foi convidado para concorrer à vaga de Física/Mecânica aberta no Departamento de Ciências Agrárias, quando cá chegou. Como tinha acabado de entrar no quadro da Escola Secundária Padre Jerónimo Emiliano de Andrade, não o fez. Leccionou durante dois anos nessa Escola, na Escola de Enfermagem de Angra do Heroísmo e no Conservatório Regional de Angra do Heroísmo.

Alertado pela segunda vez para o concurso Física/Mecânica no Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, decidiu concorrer e aí ficou colocado.

A partir daí fez todo o processo académico normal.

Entende que além de ser universitário, também é cidadão, por isso sempre teve uma participação política pública, primeiro independente, e nos últimos anos partidária.

O que destaca do seu percurso?
Muitas propostas de investigação que não foram consideradas pelo poder público e até mesmo universitário e que hoje em dia, se demonstram com pertinência, como por exemplo a criação de uma biofábrica para a esterilização da Ceratitis capitata e do escaravelho japonês, que só mais tarde foi implementada na Madeira, a proposta de um Centro de Radioterapia na Terceira em 1989, rejeitado pela própria administração do hospital e Governo Regional, a identificação pela primeira vez e sua caracterização das poeiras oriundas do Deserto do Saara, a colaboração com o United States Geologycal Survey e NASA e refefência ao meu trabalho científico na Scientific American.

Considero existirem ainda muitos outros aspetos do meu trabalho que merecem destaque, mas foram ou são alvo de crítica política acéfala, como por exemplo:

-Análise da contaminação da poluição por hidrocarbonetos na Praia da Vitória – informação pública – Denúncia pública – análise do trabalho de caracterização da contaminação das águas e aquíferos na Praia da Vitória realizado pelo LNEC – informação pública – denúncia públia – debate público – debate político……

-Descoberta do Complexo Megalítico da Grota do Medo – Comunicação às Entidades responsáveis – não aceitação das conclusões do relatório preliminar da DRC – início de contactos e estudo do local – não aceitação de relatório de perita nacional – apresentação pública e científica de trabalhos prévios (centrados em aspetos físicos e geológicos) – não aceitação do relatório da Comissão de peritos nomeados pelo Governo Regional – mais coleta de dados que oportunamente serão tornados públicos, onde certamente se tentará tornar isso numa história inacabada………

Onde se vê em 2020?
A ter o enorme prazer de dar aulas e a publicar os trabalhos mais importantes da minha carreira.

O que gostaria de fazer, que ainda não conseguiu fazer, mas que vai fazer?
Ter alguma experiência política como deputado, para entender os meandros da decisão política e poder contribuir para a alteração de algumas situações inaceitáveis da vida pública.

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