2013/04/26

O Barbado da Terceira: estudo comportamental





No passado dia 5 de Abril, a Elisabete Nunes Azevedo defendeu a sua dissertação de mestrado de engenharia zootécnica intitulada O Barbado da Terceira: Estudo Comportamental, perante um Júri presidido pelo Professor João Pedro da Silva Ramos Barreiros e tendo como vogais o professor Joaquim Fernando Moreira da Silva, Professor Henrique José Duarte Rosa e Professor Carlos Fernando Mimoso Vouzela., tendo sido atribuída a nota de 19 valores. crítica e defesa, de uma dissertação intitulada O Barbado da Terceira: Estudo Comportamental.

Como te envolveste na investigação científica? Como surgiu o tema da tua tese de mestrado?

O meu envolvimento na investigação científica surgiu desde que terminei a minha licenciatura em Enfermagem Veterinária e realizei a minha dissertação de final de curso, na área de problemas comportamentais em cães. Desde aí que a área de comportamento me despertou bastante interesse. Com o culminar da minha licenciatura surgiu a necessidade de ir mais além, pelo que optei por ingressar no Mestrado em Engenharia Zootécnica. Como sou apaixonada por comportamento e cães nada melhor do que juntar o útil ao agradável e trabalhar com isso.

Após conhecer melhor o Barbado da Terceira, a sua história e o tipo de estudos realizados, considerei que seria interessante estudar o seu comportamento, algo que até o momento não havia sido feito.

A tua tese chega a algumas conclusões bastante interessantes. Como é que vês a sua aplicação?

O meu estudo consegue dar uma visão mais científica do comportamento desta raça nacional, dos vários parâmetros da sua personalidade, bem como da sua propensão para o desenvolvimento de problemas comportamentais. Assim, consegue-se verificar se este cão possui as características comportamentais desejadas para o melhor desempenho da sua função, ou se, por outro lado, algum critério deva ser repensado. A partir dos resultados obtidos verificou-se uma grande aquisição do Barbado da Terceira como animal de companhia, e parece haver uma diminuição da utilização desta raça para pastoreio, função para o qual este cão fora inicialmente seleccionado. É importante ter em conta esta situação pois há certos comportamentos que uma vez perdidos do repertório comportamental do animal poderão não ser repostos.

Os animais de companhia, hoje em dia, são maioritariamente selecionados, de forma empírica, visando obter a melhor morfologia de acordo com o estalão. Muitas vezes, a parte comportamental é descurada, bem como a vertente genética associada a ela. Seria importante determinar de forma mais concreta os critérios de seleção comportamentais e avaliar os animais devidamente recorrendo à aplicação de metodologias de avaliação comportamental nas raças caninas, mais do que a simples observação destas em exposições. Na eventualidade de ser detetada a existência de alguma incompatibilidade na personalidade de cães, da mesma raça, com aptidões diferentes, poderá haver a necessidade de serem formados dois núcleos de criação. Isto seria aplicável em qualquer raça de cães, inclusive o cão Barbado da Terceira.

Elisabete, vais continuar na investigação? Qual é o próximo passo?

A investigação científica é sem dúvida uma área bastante aliciante, que nos permite aprofundar conhecimentos e contribuir para uma comunidade mais informada. Neste momento tenciono concluir o meu Mestrado Integrado em Medicina Veterinária que comecei em 2011, e que ao coincidir com o realizar da tese do Mestrado em Engenharia Zootécnica, dificultou e atrasou, infelizmente, o prazo de entrega previsto da mesma. Após a conclusão desta próxima etapa não excluo a possibilidade de um possível Doutoramento, quem sabe aliado a um futuro emprego.

Parabéns Elisabete e votos de muitas felicidades!

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